terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ao dar início a nossa série de aulas, curiosidades e histórias relacionadas a música, gostaríamos de apresentar para vocês a história de dois homens fantásticos que marcaram a música de forma surpreendente: BeethoLudwig van Beethoven e Wolfgang Amadeus Mozart. Iniciaremos com Beethoven.

BeethoLudwig van Beethoven nasceu em Bonn (Alemanha), em 16 de dezembro de 1770, descendente de uma família de remota origem holandesa. Seu avô, chamado Luís, foi maestro de capela do príncipe eleitor de Bonn. O pai de Beethoven, Johann, foi tenor da mesma capela. Foi dele que Beethoven recebeu as suas primeiras lições de música, o qual o pretendeu afirmar como menino prodígio ao piano, tal seria a facilidade demonstrada desde muito cedo para tal. Por isso o obrigava a estudar música todos os dias, durante muitas horas, desde os cinco anos de idade. No entanto, seu pai terminou consumido pelo álcool, pelo que a sua infância se manifestou como infeliz, por isso. Beethoven – que foi o terceiro filho da sua mãe e o segundo do seu pai – teve sete irmãos, cinco dos quais morreram na infância.
Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados, mas sempre revelou um talento excepcional para a música. Com apenas oito anos de idade, foi confiado a Christian Gottlob Neefe (1748-1798), o melhor mestre de cravo da cidade,[3] que lhe deu uma formação musical sistemática, e lhe deu a conhecer os grandes mestres alemães da música. Numa carta publicada em 1780, pela mão de seu mestre, afirmava que seu discípulo, de dez anos, dominava todo o repertório de Johann Sebastian Bach, e que o apresentava como um segundo Mozart. Compôs as suas primeiras peças aos onze anos de idade, iniciando a sua carreira de compositor, de onde se destacam alguns Lieder. Os seus progressos foram de tal forma notáveis que, em 1784, já era organista-assistente da Capela Eleitoral, e pouco tempo depois, foi violoncelista na orquestra da corte e professor, assumindo já a chefia da família, devido à doença do pai - alcoolismo. Foi neste ano que conheceu um jovem Conde de Waldstein, a quem mais tarde dedicou algumas das suas obras, pela sua amizade. Este, percebendo o seu grande talento, enviou-o, em 1787, para Viena, a fim de ir estudar com Joseph Haydn. O Arquiduque de Áustria, Maximiliano, subsidiou então os seus estudos. No entanto, teve que regressar pouco tempo depois, assistindo à morte de sua mãe. A partir daí, Ludwig, com apenas dezessete anos de idade, teve que lutar contra dificuldades financeiras, já que seu pai tinha perdido o emprego, devido ao seu já elevado grau de alcoolismo.
Em 1792, já com 21 anos de idade, muda-se para Viena onde, afora algumas viagens, permanecerá para o resto da vida. Foi imediatamente aceito como aluno por Joseph Haydn, o qual manteve o contacto à primeira estadia deBeethoven na cidade. Procura então complementar mais os seus estudos, o que o leva a ter aulas com Antonio Salieri, com Foerster e Albrechtsberger, que era maestro de capela na Catedral de Santo Estêvão. Tornou-se então um pianista virtuoso, cultivando admiradores, os quais muitos da aristocracia. Começou então a publicar as suas obras (1793-1795). O seu Opus 1 é uma colecção de 3 Trios para Piano, Violino e Violoncelo. Afirmando uma sólida reputação como pianista, compôs suas primeiras obras-primas: as Três Sonatas para Piano Op.2 (1794-1795). Estas mostravam já a sua forte personalidade.
Foi em Viena que lhe surgiram os primeiros sintomas da sua grande tragédia. Foi-lhe diagnosticado, por volta de 1796, tinha Beethoven os seus 26 anos de idade, a congestão dos centros auditivos internos, o que lhe transtornou bastante o espírito, levando-o a isolar-se e a grandes depressões.Consultou vários médicos, inclusive o médico da corte de Viena. Fez curativos, realizou balneoterapia, usou cornetas acústicas, mudou de ares; mas os seus ouvidos permaneciam arrolhados. Desesperado, entrou em profunda crise depressiva e pensou em suicidar-se:

"Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava! Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou!"

Embora tenha feito muitas tentativas para se tratar, durante os anos seguintes, a doença continuou a progredir e, aos 46 anos de idade (1816), estava praticamente surdo. Porém, ao contrário do que muitos pensam, Beethoven jamais perdeu a audição por completo, muito embora nos seus últimos anos de vida a tivesse perdido, condições que não o impediram de acompanhar uma apresentação musical ou de perceber nuances timbrísticas.
No entanto, o seu verdadeiro génio só foi realmente revisado com a publicação das suas Op. 7 e Op. 10, entre 1796 e 1798: a sua Quarta Sonata para Piano em Mib Maior, e as suas Quinta em Dó Menor, Sexta em Fá Maior e Sétima em Ré Maior Sonatas para Piano.
Depois de 1812, a
surdez progressiva aliada à perda das esperanças matrimoniais e problemas com a custódia do sobrinho levaram-o a uma crise criativa, que faria com que durante esses anos ele escrevesse poucas obras importantes.
A partir de
1818, Beethoven, aparentemente recuperado, passou a compor mais lentamente, mas com um vigor renovado. Surgem então algumas de suas maiores obras: a Sonata nº 29 em Si bemol Maior, Op.106, intitulada de Hammerklavier, entre 1817 e 1818; a Sonata nº 30 em Mi Maior, Op.109 (1820); a Sonata nº 31 em Lá bemol Maior, Op.110 (1820-1821); a Sonata nº 32 em Dó Menor, Op.111 (1820-1822); as Variações Diabelli, Op.120 (1819.1823), a Missa Solemnis, Op.123 (1818-1822).
A culminância destes anos foi a
Sinfonia nº 9 em Ré Menor, Op.125 (1822-1824), para muitos a sua maior obra-prima. Pela primeira vez é inserido um coral num movimento de uma sinfonia. O texto é uma adaptação do poema de Friedrich Schiller, "Ode à Alegria", feita pelo próprio Ludwig van Beethoven:

"Alegria bebem todos os seres No seio da Natureza: Todos os bons, todos os maus, Seguem seu rastro de rosas.Ela nos deu beijos e vinho e Um amigo leal até à morte;Deu força para a vida aos mais humildes E ao querubim que se ergue diante de Deus!"— parte do verso da Ode à Alegria, de Friedrich Schiller, utilizado por Ludwig van Beethoven.


Os anos finais de Ludwig foram dedicados quase exclusivamente à composição de Quartetos para Cordas. Foi nesse meio que ele produziu algumas de suas mais profundas e visionárias obras, como o Quarteto em Mi bemol Maior, Op.127 (1822-1825); o Quarteto em Si bemol Maior, Op.130 (1825-1826); o Quarteto em Dó sustenido Menor, Op.131 (1826); o Quarteto em Lá Menor, Op.132 (1825); a Grande Fuga, Op.133 (1825), que na época criou bastante indignação, pela sua realidade praticamente abstrata; e o Quarteto em Fá Maior, Op.135 (1826).
De
1816 até 1827, ano da sua morte, ainda conseguiu compor cerca de 44 obras musicais. Sua influência na história da música foi imensa. Ao morrer, a 26 de Março de 1827, estava a trabalhar numa nova sinfonia, assim como projectava escrever um Requiem. Conta-se que cerca de dez mil pessoas compareceram no seu funeral, entre elas Franz Schubert. Faleceu de cirrose hepática, após contrair pneumonia.[5]

Curiosidades sobre Beethoven

- Ludwig era canhoto e devido à sua tez morena e cabelos muito negros, tratavam-no de "o espanhol".
- Dentre seus problemas de saúde, ficou com o rosto marcado pela
varíola.
- Existem especulações históricas sobre um provável encontro entre Beethoven e
Wolfgang Amadeus Mozart, mas não existe nenhum facto histórico que possa comprovar esta hipótese. No entanto, existem histórias de seu encontro, como por exemplo, uma que refere um Mozart absorto no seu trabalho, na composição de Don Giovani, que não terá tido tempo de lhe prestar a devida atenção. Uma outra, bem mais interessante, relaciona, não só o seu encontro, como o seu envolvimento, ao qual se refere a seguinte frase:

"Não o percam de vista, um dia há-de dar que falar."

- O Túmulo de Ludwig van Beethoven está em Viena, Áustria
- Escreveu Nove sinfonias, dentre elas a Nona, sua última sinfonia, a que mais se consagrou no mundo inteiro
- Cinco
concertos para piano
- Concerto para
violino
- "Concerto Tríplice" para piano, violino,
violoncelo e orquestra
- 32 sonatas para piano (ver abaixo relação completa das sonatas):
- 16 quartetos de cordas´
- 1 septeto de cordas para piano
- Dez sonatas para violino e piano
- Cinco sonatas para violoncelo e piano
- Doze trios para piano, violino e violoncelo
- "Bagatelas" (Klenigkeiten) para piano, entre as quais a famosíssima Bagatela para piano "Für Elise" ("
Para Elisa")
-
Missa em Dó Maior
- Missa em Ré Maior ("Missa Solene")
- Oratório "Christus am Ölberge", op. 85 ("Cristo no Monte das Oliveiras")
- "Fantasia Coral", op. 80 para coro, piano e orquestra


Aberturas
Danças
Ópera
Fidelio
Canções


Sonatas de Beethoven Para Piano
1 - Sonata Op. 2, nº 1
9 - Sonata Op. 14 n. 1
17 - Sonata Op. 31 n. 2 (A Tempestade)
25 - Sonata Op. 79
2 - Sonata Op. 2, nº 2
10 - Sonata Op. 14 n.2
18 - Sonata Op. 31 n. 3
26 - Sonata Op. 81a
3 - Sonata Op. 2, nº 3
11 - Sonata Op. 22
19 - Sonata Op. 49 n. 1
27 - Sonata Op. 90
4 - Sonata Op. 7
12 - Sonata Op. 26 (Marcia Funebre)
20 - Sonata Op. 49 n. 2
28 - Sonata Op. 101
5 - Sonata Op. 10 n. 1
13 - Sonata Op. 27 n. 1
21 - Sonata Op. 53 (Waldstein)
29 - Sonata Op. 106 (Hammerklavier)
6 - Sonata Op. 10 n. 2
14 - Sonata Op. 27 n. 2 (Ao Luar)
22 - Sonata Op. 54
30 - Sonata Op. 109
7 - Sonata Op. 10 n. 3
15 - Sonata Op. 28 (Pastorale)
23 - Sonata Op. 57 (Appassionata)
31 - Sonata Op. 110
8 - Sonata Op. 13 (Patética)
16 - Sonata Op. 31 n. 1
24 - Sonata Op. 78
32 - Sonata Op. 111

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